Discursos institucionais e não institucionais na América Latina contemporânea
Dizer o acontecimento em tempos de crise
Colóquio internacional da associação ADAL (Análise de discursos da América Latina)
24 a 26 de janeiro de 2024
Na América Latina, a segunda década dos anos 2000 encerrou-se com o aparecimento e a exacerbação de fenômenos climáticos, ambientais e sanitários que revelaram tensões já existentes, como a fratura social, econômica e digital. Além disso, a migração transfronteiriça tornou-se uma realidade em todo o continente; é o caso particular da Venezuela, com seis milhões de migrantes em outros países latino-americanos[1], ou ainda da Colômbia[2], cujo governo contabiliza cinco milhões de cidadãos que deixaram o país[3]. Todas as fronteiras do continente foram atingidas pelos fluxos migratórios amplificados – vindos do Caribe mas também da África – que geraram, entre outros, fenômenos de xenofobia entre os migrantes e a população local. No cerne dessa situação, encontram-se não somente condições políticas difíceis, como a impunidade e as violações dos direitos humanos, mas também sociais, marcadas pela pobreza, violência, precariedade de emprego, discursos securitários, negacionistas ou xenófobos, que afetam todo o subcontinente e provocam uma dinâmica política que oscila, ao longo das décadas, entre a eleição de governos ditos de esquerda e de direita.
[1] Números do mês de dezembro de 2022: https://www.imf.org/es/News/Articles/2022/12/06/cf-venezuelas-migrants-bring-economic-opportunity-to-latin-america
[2] https://www.oecd-ilibrary.org/sites/3894985a-fr/index.html?itemId=/content/component/3894985a-fr#indicator-d1e59446
[3] Os números para a Colômbia oscilam entre 5 e 8 milhões de colombianos vivendo no exterior. Fonte: Congrès de la République de Colombie. https://www.camara.gov.co/presupuesto-y-censo-necesarios-para-atender-migrantes-colombianos